Iniciativa visa sanar o abismo entre as pesquisas acadêmicas e as demandas do mercado, acelerando os processos de inovação, a geração de novas tecnologias e negócios

Tecnologias devem resolver problemas, trazer maior qualidade de vida para as pessoas e otimizar processos, mas muitas vezes ficam estagnadas nos laboratórios. O Brasil tem um grande potencial com um trabalho de ponta feito nas universidades, mas apenas 6% das pesquisas desenvolvidas na UFMG, por exemplo, já chegaram ao mercado.

O Escale-se nasce com o objetivo de superar essa lacuna. O programa vai fomentar novos negócios de base tecnológica a partir de demandas da indústria e de pesquisas acadêmicas. Fruto de uma parceria entre o Escalab, vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Midas (INCT Midas), e o hub de inovação da FIEMG (FiemgLab), o Escale-se vai conectar as indústrias ao rico ecossistema de inovação de Minas Gerais, fazendo a PONTE entre as demandas de mercado e as tecnologias em desenvolvimento nas universidades.

Para as indústrias, a iniciativa é bastante benéfica.

De acordo com a Pesquisa de Inovação 2009-2017, feita pelo IBGE, o principal obstáculo que as empresas enfrentam para inovar são os riscos econômicos excessivos. Em seguida, estão os elevados custos e a falta de pessoal qualificado.

Por meio de uma parceria, a equipe do Escale-se fará o mapeamento das tecnologias estratégicas para o negócio, auxiliará no desenvolvimento e vai promover um diálogo fluido entre pesquisador e empresa. Tudo isso aliado ao know how dos integrantes do programa, à proximidade com grandes parceiros como UFMG, Senai, Fiemg e Fapemig, e a uma infraestrutura de qualidade oferecida pelo Escalab.

Uma aliança estratégica entre indústria e pesquisa intermediada pelo Escale-se representa para o mercado uma redução de tempo, custos e riscos para inovar, uma vez que o programa irá testar as tecnologias desenvolvidas nas universidades em maior escala para garantir a viabilidade de implementação.

Quem encabeça a iniciativa é Rochel Montero Lago, professor da UFMG conhecido por sua atuação nas áreas de inovação e empreendedorismo acadêmico. “O programa faz parte de uma rica experiência já desenvolvida na UFMG e que visa conectar empresas e universidade. Como resultados, esperamos ver no mercado empresas mais inovadoras, com tecnologias que resolvem problemas e ampliam negócios”, destaca.

Com os recursos financeiros já aportados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pelo menos 30 tecnologias em hard science serão mapeadas. Em seguida, de 10 a 15 passarão por uma pré-aceleração, com mentorias e consultorias para que as ideias sejam transformadas em possibilidades de negócio. Ao final de todo o processo, pelo menos uma tecnologia promissora terá condições de testagem em escala industrial. Esses números podem ser ainda maiores!

O programa conta com parcerias estratégicas para promover inovação junto às grandes indústrias brasileiras e em breve abrirá inscrições para pesquisadores de áreas como Engenharia Química, Química, Engenharia de Materiais, de Minas e Metalurgia, dentre outras que desejem desenvolver uma pesquisa relacionada aos desafios propostos.